O químico alemão Friedrich Goppelsroeder (1837-1919) publicou em 1901 um livro (capa ao lado) com os resultados de uma técnica analítica de separação que desenvolveu e batizou de Análise Capilar (Capillaranalyse). Goppelsroeder julgava ser a capilaridade a responsável pela separação dos componentes de uma mistura. Na verdade, o livro publicado não traz muita discussão acerca do fenômeno, mas sim um relato detalhado de uma quantidade elevada de experimentos individuais por ele realizados.

Os experimentos de Goppelsroeder consistiam em mergulhar uma das pontas de uma longa tira de papel na solução que desejava estudar, geralmente extratos de plantas. Como pode ser observado na figura ao lado a solução ia subindo pelo papel, efeito da capilaridade, formando bandas coloridas. No entanto, durante o experimento o papel permanecia durante todo o tempo imerso na solução.

Goppelsroeder ainda utilizava aparatos com jarros de vidro (figura ao lado) para controlar a atmosfera durante suas análises, muito provavelmente o longo tempo da separação acabava por promover a evaporação do solvente e consequentemente interrompendo a evolução da amostra.
O fato de Goppelsroeder manter durante todo o tempo a ponta da tira de papel submersa na amostra foi o que limitou os resultados obtidos. Pois desta maneira não ocorria a clara separação das substâncias presentes na amostra, as bandas acabavam se sobrepondo umas às outras. Se Goppelsroeder tivesse ao menos uma única vez aplicado uma quantidade finita de amostra ao papel, e então deixado a análise evoluir apenas com solvente puro, muito provavelmente hoje ele seria conhecido como o pai da cromatografia, embora muitos historiadores assim o denominem.