Christian Friedrich Schönbein (1799-1868)
Sidney Pacheco
Christian Friedrich Schönbein (1799-1868), professor de química da Universidade da Basiléia na Suíça, é reconhecido principalmente
pela descoberta do ozônio e pela invenção da nitrocelulose. Fato no mínimo curioso, sem no entanto ter relação com a cromatografia,
foi a descoberta acidental do explosivo nitrocelulose em 1845. Ao realizar experimentos na cozinha de sua casa,
certamente sem o consentimento de sua esposa, Schönbein usou um avental para limpar respingos de uma mistura de ácidos nítrico e sulfúrico
de um experimento caseiro. Ao colocar o avental para secar sobre o fogão, certo de eliminar as provas de sua contravenção, este se incendiou
e quase que instantaneamente desapareceu. |
Christian Friedrich Schönbein (1799-1868). |
Mas é a pesquisa que levou Schönbein a descoberta do ozônio que o relaciona com a história da cromatografia. É de 1839 o primeiro relato de uma substância responsável pelo odor característico que aparecia no eletrodo positivo quando se realizava a eletrólise da água, o mesmo odor percebido quando se produzia um arco elétrico entre dois eletrodos. Schönbein sugere que tal odor característico seja oriundo de uma substância química, e dá a ela o nome de ozônio. Em carta escrita a Berzelius em 14 de abril de 1844, Schönbein menciona a utilização de um interessante método para a detecção da presença do ozônio, ele faz uso de tiras de papel embebidas em solução de amido contendo o sal iodeto de potássio. Dentre os demais testes avaliados por ele para detectar este gás, o teste com as tiras de papel se mostrou o mais sensível e conveniente, indicando a presença do ozônio mesmo quando seu odor característico não era perceptível. Sabe-se hoje que o ozônio decompõe o iodeto de potássio gerando iodo livre, e este então reage com o amido tornando o papel azul. Schönbein, que certamente realizou muitos experimentos coma as tiras de papel, registra em uma de suas anotações que ao fazer tais experimentos, percebeu que ao mergulhar uma ponta da tira em uma solução aquosa, o solvente e as substâncias dissolvidas subiam pelo papel com velocidades diferentes. Tais observações levaram um de seus alunos a dedicar praticamente toda sua carreira científica a realizar separações de pigmentos em tiras de papel, o seu nome era Friedrich Goppelsroeder, mas essa é outra história. |